sábado, 5 de agosto de 2017

Resto

Ficou
daquela manhã sem cor
a última dança do teu
corpo sobre o meu
a saliva escorreu fresca
como o gozo nosso
derradeiro gozo quente
no pelo, na pele já azeda
a saliva escorreu fresca
era uma tarde amarela
quando a paixão chegou
teu corpo dançava em mim
- dizem que fugi
 por te querer demais -
o sumo de tuas nádegas
me engolia
a seiva um jato rápido
as veias abertas
(latinos somos, cariño)
uma mancha roxa na noite
uma luz vermelha na cabine
apertada, o suor brilhava
em tuas costas, em meu peito
uma roupa íntima de atleta
força dança esforço um vaievem
cansa a lembrança grudada
a saliva escorreu fresca
naquela manhã sem cor
o gosto da pele já azeda
prenúncio da eiva sobre a cama
o dia sem cor cheirava a
despedida e eu um olho
apenas e um ouvido.

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