Deu branco, se diz do que não lembra
palavras esquecidas (canções de ninar ao telefone)
choro entalado
Nuvens em céu claro: brancas
é o futuro que passa sem cair no chão
chuva dissipada pelos raios - brancos - do sol
Branco de roupas no varal
longínquas tardes em praça inventada
amizade aquecida pelo abraço alvo do tempo
Areia branca de neve em Montauk
sons espumosos no mar
vento acompanhando o amanhecer
set-light redondo sobre o rosto: branco
segundo-plano desfocado
ninguém vê o que se perde
Branco, fade-out demorado
prenúncio do fim ou de uma nova sequência
expectativa dentro do vaso vazio.
Enfim, branco da memória
luz dura incidindo sobre a cabeça
e o mundo todo é azul.
Carrego-as assim, as lembranças:
talhadas em geleiras eternas
brancas, alvas lacunas.
3 comentários:
cine
mato
grafando
Lindo!
Achei muito puro e singelo...
Ainda por cima, reconstruí algumas lembranças esfumadas...brancas.
Parabéns!
Muito bom gosto..Linda canção..
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