domingo, 29 de março de 2015

barros. brincando de ser manoel

"vi o açude sem ter água
e secou até a mágoa
e os meninos sem comer, sem beber, sem viver"
(Nino Miau, Sol do cangaço)


amor não é,
faz. brotar setembros, adormecer marços.
lembrança sim: nuvem carregada. cai uma, duas vezes no domingo.
mágoa, palavra molhada, encharcada na primeira bátega.
ódio é sol e céu aberto. seca das nascentes.
rancor é chão rachado, sem restolho e sombra de novo aguaceiro.
amigo é sempre água de cacimba.

saudade, um sussurro soprando a segunda chuva.

Um comentário:

rasa resenha disse...

é de fato amor amortece e faz dormir certas épocas e vontades também. Belo poema , amigo. Grato pela partilha!