quarta-feira, 12 de novembro de 2014

sem título (da série "salão de festas da palavra")

meus olhos te quiseram. o corpo te quis mais que os olhos. no clima de banquete meus passos se alentaram para que me alcançasse. e teus braços cantaram em meu encontro .

banquete sim, mas pós-moderno. você não se atentou. fez-se nuvem e eu deserto. ou o avesso. tudo o que abundava na mesa não era mais que instante. sumia. e mesmo assim -

noite longa. danço leve com minhas asas vermelhas. você: sofá, convite a piquenique matinal. eu, essa íris jovem e radiante. você era um jazz; eu, stand up comedy. era eu a sede e você queria ser rio. até podia saciar-me se assim eu desejasse. atravessei-te em mim. mas você não percebeu: quis-te como quem precisa de copo em noite de festa (banquete pós-moderno),

descartável. do presente, captei apenas os adornos da embalagem, o mistério do de dentro. se houvesse felicidade ou pingente banhado, pouco importava. a beleza da forma das nuvens, não seu conteúdo de chuva. a-
cumulus,

(como explicar minha necessidade, não de água, mas de copos? com alguns demorei-me mais que o preciso às mãos.) você, o rio.

fluía. a noite, a água, a areia, o banquete. não estava mais comigo. estava em mim (nuvem medíocre). meus braços cantaram o teu adeus. então senti todo o lixo sob meus pés.

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