pássaro vermelho que dança no céu
cantou em meu peito por toda a noite mal dormida.
suspeito que se inspira nos sonhos que me roubou.
domingo, 24 de agosto de 2014
Poética
não quero verso.
quero prosa corajosa que tente atar em linha única todas as pontas e os nós da poesia.
quero prosa corajosa que tente atar em linha única todas as pontas e os nós da poesia.
domingo, 17 de agosto de 2014
A Deriva
barquinho que agora vaga no mar calmo passou por tempestade que pôs medo até em monstros abissais, daqui pra cá, dali pr'além, sem poder voltar, longe de porto de píer de cais, noites afora, dias adentro, grafite elas, eles cinza, molhados todos de lágrimas água e sal, e segue, e sangue, e segue aqui ali além, não aquém, fosse ser vivo, o barquinho, seria toupeira em terremoto, mar turvo, tons de negro e gris, por um nada se agita, e a tempestade foi das grandes que nunca ninguém viu, só relatos, marinheiros que aumentam e inventam.
agora é calma. o céu, anil infinito. a água, um grande espelho azul-sólido e eterno. os ventos esqueceram-se de batalhar: tiram um descanso na manhã que acorda ainda sonolenta. o sol é grande e amarelo, e sobe no céu como quem não tem nada a fazer a não ser olhar minucioso a paisagem. é mar. por todos os lados: mar. até onde a vista desiste de alcançar. sem nem sonho de areia branca ou colorida falésia. nada se mexe sob e sobre a superfície líquida. nem o barquinho. principalmente ele. o ar quente e tenso parece morto. e seu corpo pesa. pesa e mais imobiliza. o sol continua a lenta escalada. e nem ainda é meio-dia.
agora é calma. o céu, anil infinito. a água, um grande espelho azul-sólido e eterno. os ventos esqueceram-se de batalhar: tiram um descanso na manhã que acorda ainda sonolenta. o sol é grande e amarelo, e sobe no céu como quem não tem nada a fazer a não ser olhar minucioso a paisagem. é mar. por todos os lados: mar. até onde a vista desiste de alcançar. sem nem sonho de areia branca ou colorida falésia. nada se mexe sob e sobre a superfície líquida. nem o barquinho. principalmente ele. o ar quente e tenso parece morto. e seu corpo pesa. pesa e mais imobiliza. o sol continua a lenta escalada. e nem ainda é meio-dia.
sábado, 9 de agosto de 2014
Frio e flores
pro meu amigo, meu irmão, Alê
Ainda que meus olhos insistam em mostrar invernos, seu carinho faz-me florescer primaveras no peito.
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