sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Higgs

(ao Mais-Novo, irmão-poeta que tanto me ensina, mesmo sem saber)

Quando o jogo acaba. Cartas: 21. Vitória. Derrota.
Quando escrever já não resolve (amigos engordam o corpo que insiste em esvaziar-se. Evadir-se.).
Quando apenas o eco áspero ecoa na casa vazia. Nós, o vazio.
Quando nem mais formas: as lembranças, volumosas, migram para o norte.
Quando nem resquício de terra, relva, grama, gramas.
Quando só resta o que não tem nome. O que despregou-se do Caos, do Eros primordial.
Quando não resta mais: nem não nem nada, nem o fim, enfim.

Eu, duplo, vazio em dobro.
Eu, todo sul, permaneço.
Imóvel. Intocável. Uma partícula,

apenas.

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