
Poderia-se parar por aqui, mas vamos um pouco mais fundo. A menina foi vendida pelos próprios pais a um cafetão da região; agora, sem estudar, ela abre a boca e as pernas para receber homens imundos e sem escrúpulos; um dos jovens que consumiu ecstasy na praia já havia fumado um baseado e bebido todas e acaba de ter uma parada cardíaca; a baiana torna sua imagem um produto e vende-se feliz pouco se importando com os dilemas morais por trás do ato; os jovens estudantes das escolas mineiras ocuparão as vagas das universidades públicas, deixando à imensa maioria da população - os pobres - as vagas (pagas) nas fracas instituições de ensino superior privadas; o moleque do morro pega uma quantia maior do que lhe cabe no tráfico, e acaba perdendo a vida, enquanto o playboy comemora com os seus na noite carioca; o universitário, de 22 anos apenas, é assassinado a facadas e o autor do crime foge com outros envolvidos. E a igreja de São Francisco, casa de deus para alguns, arrecada seus quinhões enquanto a miséria corre solta, pelas valas, como a urina dos foliões.
Enquanto isso, o escritor intriga-se com uma questão: por que os ateus e agnósticos, ou melhor, por que só os ateus e agnósticos concordam em tirar a frase das cédulas de real?
2 comentários:
Belo texto, Acacio! Com um viés cinematográfico bastante peculiar aos seus escritos.
Quanto ao conteúdo, bastante triste, apenas algo a dizer, e falo em meu nome: não são apenas os ateus e agnósticos que concordam.
Aliás, ando pensando bastante sobre muitas questões relativas a tudo isso... e você faz parte desses meus pensamentos.
Grande abraço!, cheio de saudades. (precisamos nos encontrar, para você contar como foi a viagem e tudo o mais!)
Obrigado pelas palavras! Quero que saiba que elas são importantes pra mim!!!
Também estou com muita saudade! E preciso conhecer seu novo lar, hein!
abraços saudosos!!!
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